quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Gastronomia

Cabo Verde oferece uma variada escolha gastronómica de carácter marítimo e não só.
Escusado será dizer que a oferta a nível de peixe e marisco é a mais variada possível. Lagosta, perceves, lapa, búzio, sem esquecer as famosas 'bafas' que fazem as delícias dos apreciadores de marisco.O atum fresco, cozinhado em caldeirada, cebolada ou simplesmente grelhado é uma excelente alternativa.

A base da cozinha popular cabo-verdiana é o milho que, preparado de diferentes maneiras, acompanha, normalmente, a carne de porco, o feijão, a mandioca e a batata-doce.
O mais conhecido e apreciado prato é a 'Katchupa' - a receita nacional, emblemática de Cabo Verde. Porém, existem outros pratos de grande riqueza gastronómica: o 'xerém', cuscuz, djagacida, caldo de peixe, pastéis de milho.

Em relação à bebida: o famoso grogue local é o mais apreciado, mas também existem ainda o vinho do fogo e o ponche - 'pontxi' de varios tipos.


RECEITAS


KATCHUPA:




4 xícaras de milho
200 gr de feijão
200 gr de carne bovina/carne de suína
300 gr de pés de porco
200 gr de bacon
2 batatas grandes
4 chouriços
2 mandiocas
2 batatas doces
200 gr de couve
2 cebolas
2 folhas de louro
2 dentes de alho
azeite a gosto
sal e pimenta q. b.






Preparação :

Coloca-se numa panela a carne em pedaços, o bacon, pé de porco e os chouriços, pimenta, sal ou caldo de carne. Na panela de pressão coloca-se, durante meia hora, os grãos de milho e os feijões cobertos com água, uma cebola, um fio de azeite, uma folha de louro e sal. Depois, numa panela maior, colocam-se os feijões com o milho, cobre-se com água e póe-se no lume a ferver. Acrescenta-se então a carne marinada. Quando tudo está quase cozido, acrescentam-se as batatas e a couve. Terminado a cozedura, deixa-se repousar por alguns minutos e está pronto para ser servido. A cachupa, que deve ficar um pouco líquida, é prato único.




CALDO DE PEIXE

Ingredientes:

peixes: garopa, bicuda,atum, cavala
1 cebola
2 tomates maduros
2 dentes de alho


1 folha de louro
1 raminho de salva
1/2 kg de mandioca
1 kg de batatas
1 kg de batata doce

1/2 kg de bananas verdes
1/2 kg de abóbora
pimenta,azeite.


Preparação :

Tempera-se o peixe com alho, azeite, sal e louro. Numa panela grande coloca-se a cebola cortada em rodelas, o alho, o louro, a pimenta, os tomates em pedaços, a salva e o azeite. Deixa-se refogar e acrescenta-se as batatas, a mandioca e a abóbora cortada em cubinhos. Deixa-se ferver um pouco para pegar sabor e coloca-se água suficiente para cobrir tudo abundantemente. Quando todos os ingredientes estiverem quase cozidos, acrescenta-se o peixe. Quando o peixe também estiver cozido,o caldo pode ser acompanhado, no mesmo prato, por arroz branco, ou então com papas de milho.

Cultura

MÚSICA


Os géneros musicais genuinamente cabo-verdianos pode-se mencionar o batuque, o colá, a coladeira, o funaná, a morna, a tabanca. Outros géneros musicais não são originários de Cabo Verde, mas ganharam características próprias, como o lundum, a mazurca, a valsa.



CESÁRIA ÉVORA, «a diva dos pés descalços»

É a cantora de maior reconhecimento internacional de toda história da música popular cabo-verdiana. Apesar de ser sucedida em diversos outros géneros musicais, Cesária Évora é maioritariamente relacionada com a morna, por isso também é por vezes apelido "rainha da morna".


SODADE




QUEL CASINHA





Quel casinha naquel ladera
na meio di sol e ventania
era un paloce di pedra e cal
costruido na meio di luta

'M ta lembra sorriso di nha paia
embora cansode
se alegria d'oia nos f'licidade
desabrocha

Quel casinha naquel ladera
era um mundo meravilhode
inda 'm ta lembra nos bricadera
nos ilusao, nos sonhe calode

E na cansao di nos deseja
esperança no tinha di conche mundo
pa disfruta se doce e se margoze
tudo se riqueza
e volta um dia pa semplicidade
di nos casinha

Quel chalutera na se quintal
era un floresta pa aventura
na cinema d'nos fantasia
nos era sport contra bandide

Na hora minguarda no tava descansa
la na sombra di se impesa
no tava uvi gente grande ta conversa
ta ralembra
tha partilha tudo ses recordaçao
ses mocidade
quel casinha

Nha casinha hoje ta-me bem longe
li ness cidade d'arranha-ceu
vida léva-me pa ote ladera
mas agreste sem muto doçura

Quel chalutera hoje ja v'ra lenha
tuda ja muda, f'ca sa lembrança
na meio dum mar de f'maça e casarona
nha casinha ja' me perde
naquel ladera surgi um novo cidade
e onde nha casinha

Oh nha casinha, onde bo ta
pa nha casinha ja' me qu're volta
onde nha casinha...


ORLANDO PANTERA





Morreu aos 33 anos, mas em Cabo Verde já era um mito. Há quem fale em Orlando Pantera como a maior descoberta musical da década. Agora em Portugal registos precários das suas músicas passam de mão em mão por aqueles que se descobriram fãs. Quando se fala com quem o conheceu várias ideias se repetem. A de que nele as pulsações nasciam da música e batiam ao ritmo de uma criatividade generosa. A de que a naturalidade com que musicava a vida era uma dávida (talvez ele, católico, pensasse que de Deus) a partilhar com os outros.
Assim ficou espalhada a música de Orlando Pantera.


FERRO GAITA




Nos finais dos anos 90, assiste-se a um retorno às raízes,onde os conjuntos preferem interpretações com gaitas e ferrinhos autênticos (ocasionalmente adiciona-se um baixo, uma bateria e/ou uma guitarra). Um dos principais conjuntos dessa nova vaga é o conjunto Ferro Gaita.


PÓ DI TERRA

O batuque é considerado a manifestação musical cabo-verdiana de carácter mais nitidamente africano. Durante muito tempo, no período colonial, foi considerado como algo «selvagem» e repudiado pela Igreja, devido à sensualidade da dança que o acompanha. Contudo, no seu meio original, esteve sempre ligado ao ambiente familiar, às festas de casamento e baptizados.

Trata-se de um grupo de percussionistas-vocalistas, normalmente mulheres que, sentadas em semicírculo, prendem entre as coxas um pedaço de tecido enrolado (às vezes envolvido num saco plástico)






DANÇA



A Dança cabo-verdiana, tanto a tradicional como a contemporânea, está bastante ligada aos ritmos musicais mais populares, como a morna, a coladeira, o funaná, o batuque, o colá e o talaia-baixo.









TEATRO



O Teatro em Cabo Verde remonta aos primórdios da época colonial, sobretudo o teatro de raiz popular e religiosa, ligado aos rituais de trabalho e aos rituais sagrados. A representatividade cénica cabo-verdiana igualmente oriunda do teatro medievo português e do teatro africano inscrita no papel do Griot. Desse encontro, emerge essencialmente a comédia popular.






Economia




Cabo Verde sofre com a escassez de recursos naturais, inclusive água, agravada pelas secas prolongadas e pelo solo pobre em várias ilhas. A economia é orientada para os serviços, sendo que o comércio, o transporte, o turismo e os serviços públicos representam cerca de 3/4 do PIB. Apesar de quase 70% da população viver na zona rural, a agricultura e a pecuária são pouco desenvolvidas e têm pequena participação no PIB. Cerca de 82% dos alimentos têm que ser importados. O potencial da pesca, principalmente de lagosta e atum não é completamente explorado.
O país tem anualmente um grande déficit comercial, financiado pela ajuda internacional e pelos muitos emigrantes espalhados pelo mundo, que contribuem com remessas financeiras que suplementam o PIB em mais de 20%. O turismo é outra fonte de receitas importante, contribuindo com mais de 10% dos 820 milhões de Euros do PIB de Cabo Verde.

Apesar da escassez de recursos, uma eficiente gestão da economia tem produzido uma melhora das receitas do país. Reformas económicas continuadas têm estimulado o sector privado e atraído investimento estrangeiro para diversificar a economia. As perspectivas futuras dependem enormemente da manutenção dos fluxos de ajuda, do estímulo ao turismo, às remessas dos emigrantes e ao resultado dos programas de desenvolvimento do governo.







A indústria do turismo é uma das mais fortes potencialidades de desenvolvimento económico do país que as ligações internas são garantidas através do ar e do mar.

Sociedade

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Política


Em 1956, o cabo-verdiano Amílcar Cabral fundou, junto com outros patriotas, o PAIGC - Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde. No início da década de 1960, o PAIGC iniciou a luta armada no continente africano, contra a metrópole, Portugal.
Em 1974, a Revolução dos Cravos em Portugal abriu caminho ao início de negociações com o PAIGC, que foram concluídas com a independência de Cabo Verde em 5 de julho de 1975.
A primeira constituição cabo-verdiana previa a futura unificação com a Guiné-Bissau, mas um golpe nesse país em 1980 acabou com os planos de união política dos dois países.
A Constituição de 1981 tornou o PAICV - Partido Africano para a Independência de Cabo Verde, sucessor do PAIGC, o único partido político do país.

Hoje, Cabo Verde é uma república democrática semipresidencialista, com regime multipartidário. O governo é baseado na constituição de 1980, que institui o regime de partido único, revista em 1990 para introduzir o multipartidarismo e em 1992 para ajustá-la na totalidade com os valores da democracia multipartidária. As eleições são presidenciais e legislativas, que são eleitos para mandatos de cinco anos. O presidente do partido com maioria na Assembleia Nacional é empossado como Primeiro-ministro. Apesar de ainda não haver ocorrido, há a possibilidade de o Presidente da República ser de um partido e o Primeiro-ministro de outro.
O Presidente da República, a Assembleia Nacional e o Conselho Superior da Magistratura Judiciária participam na eleição dos membros do Supremo Tribunal da Justiça.

Cabo Verde



Foi descoberto em 1460 por Diogo Gomes ao serviço da coroa portuguesa, que encontrou as ilhas desabitadas e aparentemente sem indícios de anterior presença humana. Foi colónia de Portugal desde o século XV até à sua independência em 1975.
Cabo Verde é um arquipélago localizado ao largo da costa da África Ocidental. As ilhas vulcânicas que o compõem são pequenas e montanhosas. Existe um vulcão activo, na ilha do Fogo, que é igualmente o ponto mais elevado do arquipélago, com 2829 m. O país é constituído por 10 ilhas, das quais 9 habitadas, e vários ilhéus desabitados, divididos em dois grupos:

Ao norte, as ilhas de Barlavento. Relacionando de oeste para leste: Santo Antão, São Vicente, Santa Luzia (desabitada), São Nicolau, Sal e Boa Vista.
Ao sul, as ilhas de Sotavento. Enumerando de leste para oeste: Maio, Santiago, Fogo e Brava.

As maiores ilhas são a de Santiago a sudeste, onde se situa Praia, a capital do país, e a ilha de Santo Antão, no extremo noroeste. Praia é também o principal aglomerado populacional do arquipélago, seguida por Mindelo, na ilha de São Vicente.